Evento abordou sustentabilidade, logística e comunicação como peças-chaves para impulsionar o ES no cenário global do setor.
O Stone Summit, realizado na manhã desta terça-feira (3) na Rede Gazeta, reuniu lideranças do setor de rochas para discutir os desafios e oportunidades de uma indústria que movimenta bilhões de reais em exportações anuais. O evento, promovido em parceria com Centrorochas, Marmomac Brazil e Nebrax, destacou caminhos para tornar o Espírito Santo referência mundial no segmento.
A abertura do evento será conduzida por Tales Machado, presidente do Centrorochas (Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais), Flávia Milaneze, CEO da Milanez & Milaneze, e Lucas Chequer, CEO da Nebrax.
Sustentabilidade, competitividade internacional e inovação na comunicação com mercados globais foram os temas centrais do painel, que também abordou a importância de certificações ambientais e de uma logística eficiente para fortalecer o setor. Participaram do debate Rafael Furlanetti, sócio e diretor institucional da XP Investimentos; Fabio Cruz, vice-presidente da Centrorochas; e José Eduardo de Azevedo, secretário de Desenvolvimento Econômico de Aracruz. A mediação foi do colunista de A Gazeta, Abdo Filho.
Referência global
O potencial do Espírito Santo no cenário global foi um dos pontos altos, enfatizado por Furlanetti. Ele destacou as vantagens estratégicas do Estado em um mundo que valoriza cada vez mais a sustentabilidade. “Somos um país privilegiado em recursos naturais e energias renováveis. Temos tudo o que o mundo precisa neste novo momento de sustentabilidade global. No Espírito Santo, especificamente, podemos liderar com produtos únicos, como nossas rochas exóticas, mostrando que são não só esteticamente superiores, mas também ambientalmente responsáveis.”
Alavanca de crescimento
A infraestrutura logística também esteve em evidência. José Eduardo de Azevedo apontou os pontos fortes e os desafios para integrar e melhorar os processos logísticos do ES. “No Espírito Santo, temos portos independentes, uma infraestrutura crescente e um posicionamento estratégico no país. No entanto, para sermos verdadeiramente competitivos, precisamos garantir que cada etapa desse processo funcione perfeitamente, desde o transporte até o despacho de mercadorias. A integração do setor público com o privado é essencial para transformar essas oportunidades em um diferencial competitivo que beneficie toda a região.”
Desafio do mercado global
Já Fabio Cruz chamou a atenção para a falta de certificações ambientais que comprovem a sustentabilidade das pedras naturais brasileiras, um fator que pode limitar a competitividade do setor no mercado internacional. Ele ressaltou que o Brasil possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, mas que essas qualidades precisam ser mais bem comunicadas.
“Nossa pedra natural é mais sustentável que muitos produtos sintéticos, mas perdemos espaço porque não temos as certificações adequadas, como a Declaração Ambiental de Produto (EPD). Para competir em projetos internacionais que exigem padrões como LEED e Green Building, precisamos nos comunicar melhor e comprovar a sustentabilidade do nosso produto. Sem isso, ficamos fora do jogo, mesmo com um produto superior”, destacou Cruz.
O vice-presidente do Centrorochas reforçou que a evolução do setor depende de narrativas estratégicas que dialoguem com os mercados de destino. Ele destacou a necessidade de investir em marketing e comunicação para aproximar o setor de profissionais como arquitetos, designers e consumidores finais, garantindo maior valorização das rochas capixabas no cenário global.
* Com informações da Rede Gazeta
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