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Indústria de rochas naturais do Brasil busca apoio na capital americana para frear tarifa de 50%

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Nota oficial 31/08/25

Como parte da mobilização internacional contra a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos às exportações brasileiras, representantes da indústria de rochas naturais participam, nesta sexta-feira (1º de agosto), de uma agenda oficial na Embaixada do Brasil em Washington. A iniciativa é liderada pela Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas), com parceria estratégica do Natural Stone Institute (NSI).

 

Durante o encontro, será realizada a entrega simbólica de uma carta conjunta à National Association of Home Builders (NAHB), uma das maiores do setor nos EUA, que representa construtores, incorporadores, empreiteiros e empresas da cadeia da construção civil, reforçando os impactos negativos da medida tarifária sobre o setor brasileiro e os reflexos diretos no custo da construção nos Estados Unidos. O documento também solicita a ampliação do prazo de negociação antes da entrada em vigor definitiva da tarifa.

 

O evento reunirá cerca de 20 participantes, entre representantes da indústria brasileira, membros da Embaixada, convidados da imprensa local e lideranças das entidades americanas parceiras. Já confirmaram presença na missão empresarial as empresas Cosentino, Emerstones, Magban, Milanezi Granitos e Santo Antonio, além do presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos (Anfacer), Maurício Borges.

 

A ação em Washington é um desdobramento direto das articulações internacionais iniciadas pela Centrorochas desde o anúncio da tarifa, no dia 9 de julho, e representa mais um passo nos esforços diplomáticos e institucionais conduzidos em conjunto com o Sindirochas e com o apoio de lideranças empresariais e parlamentares.

 

“O setor está unido em torno de uma mobilização coordenada, com diálogo institucional no Brasil e no exterior. Nosso objetivo é mitigar os prejuízos causados por essa medida abrupta e preservar empregos, investimentos e a competitividade internacional das rochas brasileiras”, reforça Tales Machado, presidente da Centrorochas.

 

Custo das construções nos EUA pode aumentar

No âmbito das articulações com as associações americanas, a Centrorochas teve acesso a um documento preliminar conduzido pela NAHB. Embora o relatório ainda não esteja finalizado, os dados apontam que o custo médio para a construção de novas residências nos EUA poderá aumentar consideravelmente.

 

Segundo a entidade americana, apenas em 2024, aproximadamente 7% de todos os produtos utilizados em novas construções residenciais multifamiliares e unifamiliares foram importados, somando mais de US$ 120 bilhões em materiais de construção e habitação. “O custo dos materiais de construção já aumentou 41,6% nos cinco anos desde a pandemia, o que supera consideravelmente a taxa de inflação (21,9%). As tarifas propostas para esses produtos, incluindo materiais de construção, eletrodomésticos e acabamentos, devem interromper cadeias de suprimento e elevar ainda mais os custos de moradia para as famílias americanas”, aponta a minuta do documento.

 

A medida tarifária é motivo de preocupação crescente também, por outros motivos, tais como:

  • 85% da pedra natural consumida nos EUA é importada;
  • O Brasil é o principal fornecedor, respondendo por 22,6% das importações, seguido pela Itália (19,1%)
  • Os materiais mais usados para bancadas são de origem brasileira;
  • Os EUA não têm produção doméstica suficiente para suprir a demanda;
  • A tarifa impactará mais de 12 mil fabricantes, 500 distribuidores e 200 mil empregos nos Estados Unidos.

 

O setor em números

A indústria brasileira de rochas naturais é responsável por aproximadamente 480 mil empregos diretos e indiretos em todo o país. Em 2024, as exportações do setor somaram US$ 1,26 bilhão, registrando um crescimento de 12,7% em relação ao ano anterior. Desse total, os Estados Unidos responderam por 56,3%, mantendo-se como principal destino das rochas brasileiras. Já no primeiro semestre de 2025, o segmento alcançou um recorde histórico, com US$ 426 milhões em vendas para o mercado norte-americano, alta de 24,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

 

A Centrorochas é a entidade nacional oficialmente reconhecida pelo setor de rochas naturais, com base no apoio e na adesão voluntária de mais de 230 empresas exportadoras brasileiras, entre associadas e apoiadas institucionalmente. Sua atuação conta com o apoio e o trabalho conjunto do Sindirochas, maior sindicato patronal do setor no país. A associação também mantém interlocução ativa com entidades internacionais do setor, como a Confindustria Marmomacchine (Itália), a Assimagra – Associação Portuguesa da Indústria de Recursos Minerais (Portugal), a IMMIB – Associação de Exportadores Minerais de Istambul (Turquia), além do Natural Stone Institute (NSI), nos Estados Unidos.

 

A associação reafirma seu compromisso com a defesa da competitividade, da previsibilidade e da presença internacional das rochas naturais brasileiras.