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Em nova investida em Washington, setor de rochas articula com CNI novas frentes para combater tarifaço

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Ao final da missão da CNI nos EUA, Centrorochas destaca ações estratégicas do setor de rochas naturais, reforça a importância da união setorial e solicita à Confederação apoio para ampliar a interlocução com parlamentares americanos ligados à construção civil.

Washington (EUA) – A missão empresarial da indústria brasileira em Washington D.C, coordenada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e liderada por seu presidente Ricardo Alban, encerrou sua programação no dia 04 de setembro com um importante painel sobre as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. A Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas), representada por seu presidente Tales Machado e pelo vice-presidente Fábio Cruz, foi uma das entidades presentes na agenda de dois dias, reforçando o posicionamento institucional do setor de rochas diante da crise tarifária que atinge produtos como mármores, granitos e ardósias.

Diálogo estratégico no painel Brasil–EUA

O evento final da missão aconteceu no Hotel Sofitel, em Washington DC, e reuniu representantes da CNI, da U.S. Chamber of Commerce, da Amcham Brasil e de empresas estratégicas como Dow e Embraer. O painel “Diálogo Empresarial Brasil-EUA: Impactos Comerciais e Estratégias para Aprofundar a Parceria Econômica” contou com várias participações, incluindo a do presidente da CNI, Ricardo Alban, e do embaixador Roberto Azevêdo, consultor internacional da Confederação.

A programação incluiu ainda uma troca estruturada entre os setores brasileiros presentes na missão. Representantes de diferentes segmentos compartilharam experiências e estratégias adotadas desde o anúncio das tarifas adicionais em julho, que impõem 50% de sobretaxa a diversos produtos brasileiros.

Durante as trocas setoriais, Fábio Cruz, vice-presidente da Centrorochas, expôs as principais iniciativas lideradas pelo setor de rochas naturais brasileiras para enfrentar o impacto das tarifas. Desde a articulação com associações norte-americanas (como a NAHB e a NSI), passando pela entrega de documentos técnicos ao USTR, até as articulações, em curso, para contratar um escritório de lobby nos EUA. Essas ações refletem o comprometimento do setor com a defesa estruturada de seus interesses.

A Centrorochas também solicitou formalmente à CNI apoio no mapeamento de congressistas norte-americanos ligados à construção residencial, com o objetivo de, em parceria com a NAHB, apresentar estudos que comprovem como as tarifas sobre rochas naturais brasileiras encarecem ainda mais o custo das moradias nos EUA.

Reflexão estratégica e continuidade

Em sua fala de encerramento, o embaixador Roberto Azevêdo reforçou a necessidade de resiliência e visão de longo prazo por parte dos setores produtivos. “Nem todos no governo americano pensam igual. Este é um momento de crise, mas também de grande oportunidade. Sejam ousados, tenham ambição. Pensem no longo prazo, porque esse cenário irá perdurar por muito tempo.”

A missão também deixou como principal recomendação a continuidade do trabalho iniciado em Washington, com acompanhamento constante do cenário político e jurídico, ampliação da base de dados e reforço nas articulações com entidades norte-americanas.

Segundo o presidente da Centrorochas, Tales Machado, ficou clara importância da organização institucional. “Ao longo dos dois dias da missão, ficou ainda mais evidente que entidades setoriais organizadas e com capacidade técnica são fundamentais para enfrentar cenários desafiadores como o que estamos vivendo. Esse tipo de articulação não é simples, demanda tempo, energia e preparo. Mas a participação ativa da Centrorochas demonstrou a força e a maturidade do setor de rochas naturais do Brasil. Seguiremos trabalhando com estratégia, diálogo e união, determinados a encontrar soluções que preservem a nossa competitividade no mercado internacional.”

Retrospectiva: primeiro dia da missão em Washington

O primeiro dia da missão empresarial da CNI em Washington, em 03 de setembro, mobilizou mais de 30 setores da indústria brasileira em torno da pauta contra o tarifaço norte-americano. A Centrorochas representou o setor de rochas naturais desde o início das atividades, reforçando sua atuação institucional.

As agendas foram iniciadas com uma apresentação do escritório de lobby Ballard Partners, que detalhou o contexto político e jurídico das tarifas. Em linha com a recomendação da CNI, a Centrorochas já iniciou tratativas com escritórios especializados para atuar diretamente na defesa do setor.

Na sequência, a entidade participou da audiência pública da Seção 301 convocada pelo Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR), ao lado de representantes de setores como têxtil, alimentos, calçados, químicos, siderurgia e cerâmica.

Ainda no dia 03, a Centrorochas participou de reuniões com a embaixadora do Brasil nos EUA, Maria Luiza Ribeiro Viotti, além de encontros estratégicos com Jim Hieb (NSI), Alex Strong (NAHB) e Andrea Fletcher (Emerald), fortalecendo o alinhamento com os principais elos da cadeia da construção civil americana. No mesmo dia, a CNI participou de uma agenda restrita com com o vice-secretário de Estado americano, Christopher Landau.

Associações e empresas que participaram da comitiva: Abimaq (máquinas e equipamentos); Abrinq (brinquedos); Abal (alumínio); Abiec (carnes); Abimci (madeiras); Cecafé (café); ABFA (ferramentas); Anfacer (cerâmica); Centrorochas (Rochas); CICB (couro). Entre as empresas participantes estavam Tupy, Embraer, Stefanini, Novelis e Siemens Energy. Dirigentes de oito federações estaduais da indústria integram a comitiva: Goiás (FIEG), Minas Gerais (FIEMG), Paraíba (FIEPB), Paraná (FIEP), Rio de Janeiro (FIRJAN), Rio Grande do Norte (FIERN), Santa Catarina (FIESC) e São Paulo (FIESP).