
NOTA OFICIAL
Vitória-ES, 28/07/2025
Com perdas estimadas em US$ 40 milhões apenas em julho, setor de rochas
brasileiro intensifica mobilização nacional e internacional contra tarifa
imposta pelos EUA. A semana será marcada por ações estratégicas no Espírito
Santo, maior estado exportador do país, agenda oficial em Brasília e na
Embaixada do Brasil, em Washington.
Como parte das ações do comitê criado para acompanhar e avaliar os
impactos das tarifas econômicas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, o
Governo do Espírito Santo realizará, na segunda-feira (28/07), uma reunião com
representantes do setor de rochas naturais. A agenda, que contará com a
participação de líderes da Associação Brasileira de Rochas Naturais
(Centrorochas) e do Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais, Cal e
Calcário do Espírito Santo (Sindirochas), ocorre na mesma semana em que o setor
também realizará, em Washington, um encontro oficial na Embaixada do Brasil,
como parte da mobilização internacional contra a tarifa de 50% aplicada às
exportações brasileiras.
No Espírito Santo
Coordenado pelo vice-governador capixaba Ricardo Ferraço, o comitê
reúne representantes de diversas secretarias e instituições estaduais. A
iniciativa reforça a atenção do governo estadual aos efeitos diretos da medida
sobre o Espírito Santo, estado responsável por 95% dos embarques de rochas
brasileiras aos Estados Unidos.
Segundo a Centrorochas, a estimativa é que, apenas em julho, mais de
1.140 contêineres deixem de ser embarcados a partir do Espírito Santo, o que
pode representar uma perda de aproximadamente US$ 38 milhões em exportações
estaduais. No cenário nacional, a projeção é de até 1.200 contêineres suspensos
e US$ 40 milhões em perdas.
Durante a reunião, a Centrorochas deve apresentar os desdobramentos das
articulações em andamento com entidades americanas, como o Natural Stone
Institute (NSI) e a National Association of Home Builders (NAHB) – uma das
maiores entidades do setor nos EUA, que representa construtores,
incorporadores, empreiteiros e empresas da cadeia da construção civil -, que
também vêm manifestando preocupação com os impactos da tarifa sobre a cadeia da
construção civil nos Estados Unidos.
Em Brasília
Ainda nesta segunda-feira, a convite do vice-presidente da República e
Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço, Geraldo
Alckmin, a Centrorochas estará presente na Cerimônia de Sanção da Lei do
Programa Acredita Exportação, que acontecerá no Palácio do Planalto. A
solenidade contará com a presença do Presidente da República, Luiz Inácio Lula
da Silva.
Nos Estados Unidos
Como resultado direto da mobilização internacional conduzida pela
Centrorochas, na próxima sexta-feira (1º de agosto), a associação participará
de uma reunião institucional na Embaixada do Brasil em Washington. O encontro,
articulado em parceria com o Natural Stone Institute (NSI), marcará a entrega
oficial de uma carta à National Association of Home Builders (NAHB), reforçando
os impactos negativos da tarifa sobre o custo da construção civil americana.
A agenda contará com a presença da Embaixadora do Brasil em Washington,
Maria Luiza Ribeiro Viotti, representantes da imprensa local, parceiros
estratégicos e das duas principais entidades americanas envolvidas nas
articulações: NSI e NAHB. A realização do evento foi viabilizada pela
Centrorochas, com o apoio do deputado federal Evair de Melo e articulada com o
intermédio do Embaixador do Brasil no Canadá, Carlos França.
Custo das construções nos EUA pode aumentar
No âmbito das articulações com as associações americanas, a
Centrorochas teve acesso a um documento preliminar conduzido pela NAHB. Embora
o relatório ainda não esteja finalizado, os dados apontam que o custo médio
para a construção de novas residências nos EUA poderá aumentar
consideravelmente.
Segundo a entidade americana, apenas em 2024, aproximadamente 7% de
todos os produtos utilizados em novas construções residenciais multifamiliares
e unifamiliares foram importados, somando mais de US$ 120 bilhões em materiais
de construção e habitação. “O custo dos materiais de construção já aumentou
41,6% nos cinco anos desde a pandemia, o que supera consideravelmente a taxa de
inflação (21,9%). As tarifas propostas para esses produtos, incluindo materiais
de construção, eletrodomésticos e acabamentos, devem interromper cadeias de
suprimento e elevar ainda mais os custos de moradia para as famílias
americanas”, aponta a minuta do documento.
A medida tarifária é motivo de preocupação crescente também, por outros
motivos, tais como:
85% da pedra natural consumida nos EUA é importada;
O Brasil é o principal fornecedor, respondendo por 22,6% das
importações, seguido pela Itália (19,1%)
Os materiais mais usados para bancadas são de origem brasileira;
Os EUA não têm produção doméstica suficiente para suprir a demanda;
A tarifa impactará mais de 12 mil fabricantes, 500 distribuidores e 200
mil empregos nos Estados Unidos.
O setor em números
A indústria brasileira de rochas naturais é responsável por
aproximadamente 480 mil empregos diretos e indiretos em todo o país. Em 2024,
as exportações do setor somaram US$ 1,26 bilhão, registrando um crescimento de
12,7% em relação ao ano anterior. Desse total, os Estados Unidos responderam
por 56,3%, mantendo-se como principal destino das rochas brasileiras. Já no
primeiro semestre de 2025, o segmento alcançou um recorde histórico, com US$
426 milhões em vendas para o mercado norte-americano, alta de 24,6% em
comparação ao mesmo período do ano anterior.
A Centrorochas é a entidade nacional oficialmente reconhecida pelo
setor de rochas naturais, com base no apoio e na adesão voluntária de mais de
230 empresas exportadoras brasileiras, entre associadas e apoiadas
institucionalmente. Sua atuação conta com o apoio e o trabalho conjunto do
Sindirochas, maior sindicato patronal do setor no país. A associação também
mantém interlocução ativa com entidades internacionais do setor, como a
Confindustria Marmomacchine (Itália), a Assimagra – Associação Portuguesa da Indústria
de Recursos Minerais (Portugal), a IMMIB – Associação de Exportadores Minerais
de Istambul (Turquia), além do Natural Stone Institute (NSI), nos Estados
Unidos.
A associação reafirma seu compromisso com a defesa da competitividade,
da previsibilidade e da presença internacional das rochas naturais brasileiras.
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